27 de jun. de 2010

we are what we are


Você pode não achar, mas sua personalidade é seu “cartão entrada” pra milhares de coisas, e quem o faz é você. Mas se parar pra pensar há muitas pessoas que nos tentam formar do jeito que elas querem.

Muitas vezes sua personalidade é tão forte e marcante, que o impacto que ela causa acaba criando inveja em algumas pessoas, e dessa maneira, elas tentam mudar o nosso jeito de ser, pra serem melhores que nós. Uma super lotação de turbulências faz com que acreditemos que aquela pessoa está sendo legal conosco ao querer que nós mudemos alguma coisinha em si.

O melhor a se fazer é acreditar que você é o melhor que pode ser, do jeito que está sendo, não deixe com que ninguém mude você, as pessoas que realmente são verdadeiras contigo, vão gostar de ti de qualquer jeito.

Mas o difícil é perceber, entender e aceitar que não devemos ser mudados. Somos o que somos, goste quem quiser.

colaboração de @viniciusxavier

25 de jun. de 2010

never ever





As coisas jamais voltariam a ser como antes, os beijos a tarde, de baixo de uma bela árvore de outono, ficar na ponta dos pés para alcançá-lo. Ela sabia disso, mas não queria aceitar.

13 de jun. de 2010

calmaria

Sensações magníficas invadiram seu coração e despertaram uma onda de larga calmaria. Ela não sabia como reagir, ou talvez soubesse, mas não se lembrara. Ela queria exalar essa felicidade, mas não podia ou não deveria.

Tudo o que passava à sua volta parecia ser um conto de fadas, mesmo que a realidade estivesse mais próxima possível dela. Ao olhar pro céu avistava nuvens com formatos diversos e uma aparência macia e fofa, os animais viviam em completa harmonia.

Lembrara-se de um momento não tão distante.

O céu era composto por uma pequena quantidade de estrelas, mas que brilhavam tão intensamente que cobriam a falta das demais. A lua invadia seus olhos como se estivesse a apenas um palmo de distância de sua face. As folhas secas de outono caiam levemente sobre o asfalto, quase se transformando em um desenho. As luzes dos postes pareciam diminuir sua luminosidade conforme eles se abraçavam. O banco branco não parecia mais claro, nem ofuscante que o sorriso dela. As flores pareciam não querer se fechar para poder observar, assim como eles, a noite mais bela de todas.

Nem tudo parecia tão perfeito, exceto pelo amor que exalava sem moderação de suas expressões. Nem que fosse um sorriso, um carinho, ou um beijo apaixonado.

As pessoas admirariam um momento esplendoroso como esse, se pudessem vê-lo. É como se o cheiro das flores não fosse tão delicioso como um carinho dele em seu rosto. Como se o brilho das estrelas, juntamente com o da lua, não pudessem ser mais ofuscantes do que o brilho do olhar alegre dela.

Nem tudo poderia ser perfeito pra sempre, mas seria bom enquanto durasse. Ela pensou nisso essa noite.

9 de jun. de 2010

silêncio

Ela não fazia ideia do que fazer a respeito de suas dúvidas sobre a vida, ela se debruçou sobre a cama e pensou “Eu deveria apenas caminhar e enfrentar, a vida vai me levar pra algum lugar”, e seguir esse pensamento foi a única ideia possível. Os dias passavam e os problemas só aumentavam. Talvez ela devesse dividir-se em milhões para solucionar separadamente cada problema, só que isso não seria possível.

Como enfrentar a dor de gostar de alguém sem ser correspondida? Ela não fazia ideia do que fazer e conforme os dias passavam a dor só crescia dentro de si, a ponto de mastigá-la e ainda seria necessário esconder isso de todos, exceto de seu travesseiro, o qual já estava mais pra balde, de tantas lágrimas que armazenara. Eles estavam na mesma sala, e pra ela era um sacrifício ir à escola com todos os acontecimentos recentes. Ele era alto, corpo bem definido, olhos verdes, cabelo castanho, metido do nariz empinado, mas cavalheiro. E todas essas características só faziam-na gostar mais dele. Numa simples terça-feira nublada, todos cheios de agasalhos e tentando ficar o mais próximo possível, ele percebeu que ela fora a única que ficara de fora da roda, mas tentou não dar tanta importância pra isso. Já ela, encostou-se ao canto da sala e não pôde conter algumas lágrimas que por menores que fossem, eram notáveis. E ao ser interrogada pelo professor de filosofia, saiu correndo da sala de aula, sem entender nada o professor perguntou à sala se alguém sabia o que estava ocorrendo com ela, e ele, o menino mais idiota e fofo do mundo respondeu “Eu acho que eu sei, mas é um tanto pessoal demais, eu imagino o que ela sente. Eu posso ir atrás dela?” e sem mais delongas o professor concedeu a liberdade ao garoto para sair de sala. Foi o gesto mais bonito e romântico que ela recebeu em toda a sua vida, até agora.

Ela estava sentada debaixo da escada do terceiro piso, sem luz alguma e muito temor. Ele chegou lá, sentou ao lado dela, e sem dizer palavra nenhuma, abraçou-a forte. Por um momento ela parou de chorar e ficou imóvel, sendo abraçada.

- Como sabia que eu estava aqui?

- Eu já passei por isso, esse é o melhor do mundo quando se quer fugir dos problemas e ficar sozinho.

- Por que veio atrás de mim?

- Porque eu não quero te ver assim, é dor de amor e é horrível, mas passa.

- Nunca vai passar – ela olhou pra ele, repreendendo-o.

- Acredite por quem quer que seja, vai passar.

- Eu o vejo todos os dias e o jeito dele me atraiu, mas ao mesmo tempo me enoja, ele é mesquinho e carinhoso, bobo e cavalheiro, ele é muito pra mim, só que meu coração não quer entender isso.

- Eu já gostei de meninas piores – ele riu e abraçou-a.

- É, mas você superou isso em menos de alguns meses. Faz 5 anos que eu não consigo retirar isso de dentro de mim, faz 5 anos que eu não como sem ser forçada, faz 5 anos que eu estou na média escolar, eu não era assim antes, na verdade, eu nem me lembro como eu era.

- Nossa, esse garoto deve ser um ridículo.

- Se olhe no espelho e diga-me você mesmo.

- Você só pode estar de brincadeira né?

- Não, estou pela primeira vez na minha vida contando isso à alguém sem ser o meu travesseiro. Nunca me senti tão bem assim.

- Vo-vo-vo-cê gosta de mim? – ele se espantou e arregalou os olhos.

- É, infelizmente sim.

- Mas 5 anos é muito tempo.

- Eu também acho, eu sofri muito.

- Me desculpe, eu preciso ir agora, o professor deve estar preocupado, não demore pra voltar.

Ele se levantou e ela o puxou de volta, levantaram-se juntos e ao ir caminhando, ainda por debaixo dos degraus, ela o puxou de volta, e lhe selou um beijo rápido, mas terno.

- A gente nunca mais vai se encontrar, você não vai nem ouvir o meu nome.

Ele seguiu em frente e não respondeu, talvez isso tivesse um significado maior para ele.