
Eu queria poder mandar em meu coração, coordenar meus sentimentos e seguir meus sentidos racionais, mas não era possível, infelizmente. Eu acordara mais cedo do que o despertador me faria levantar, estranhei. Abri a porta do meu banheiro tentando não fazê-la ranger, como era de costume, umedeci meu rosto com água morna que vinha corrente pela torneira que simbolizada Q. Fui até minha estante, eu largara meu notebook ligado durante a madrugada, provavelmente teria algumas mensagens por lá. Pensei que possivelmente teria algumas mensagens pra checar, mas não esperava por tanto.
Levantei a tela com cuidado, percebi que o volume do som estava mudo e abri as janelas que piscavam, agredindo violentamente minha visão, eu estava sem meus óculos, do qual eu era praticamente inseparável. Havia uma janela que me chamara mais atenção que as demais “Luiz diz...”, foi então que cliquei sobre ela e percebi que eu deveria sentar, pois demoraria um bocado pra ler. Eu estava um pouco magoada, comigo mesmo talvez, eu não sabia o que possivelmente ele poderia ter escrito, poderia estar até mesmo me xingando, pelo fato de eu ter passado reto por ele e sem querer, quase querendo, dei com a mochila em seu estômago algumas horas atrás, na escola.
“Fer, eu queria poder estar em sua mente pra entender o que se passa nela, sério! Desculpa-me por simplesmente não ser o cara perfeito e ignorar seus sentimentos, eu só não queria te magoar antes de ter certeza do que eu sentia por você e pela Ju, e hoje eu tenho certeza, eu pensei pela madrugada inteira, e dormi muito pouco, apenas pra conservar a beleza haha. Eu queria conversar com você, a sós, hoje na escola! Se você puder me encontrar depois do último sinal, atrás da terceira árvore do pátio, me manda uma mensagem, e se não puder, simplesmente não mande, eu vou entender perfeitamente se não quiser. Até mais, beijos.”Eu o encontraria, eu realmente precisava escutar da boca dele, qualquer sentimento que fosse, seja por mim ou pela Juliana, eu queria mesmo tentar colocar um ponto final nesse nosso rolo amoroso que não é tão amoroso como deveria. Eu tinha um complexo terrível por querer sempre que as coisas tivessem um fim, porque eu sabia que era pra ser assim, desde pequena. Eu me vesti como todos os dias e coloquei o meu jeans skinny meio rasgado no joelho, a camiseta da escola e um suéter azul marinho com um emblema americano no canto esquerdo, sobre meu peito. Fiz o make simples que eu havia inventado no começo do ano letivo, e peguei meu material.
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